Economia

VOCÊ SABE LIDAR COM O DINHEIRO?

Cada vez mais cedo, crianças e adolescentes aprendem sobre educação financeira

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A educação financeira nos ajuda, desde cedo, a lidar bem com o dinheiro, a planejar e a gastar com responsabilidade
Kmpzzz/Shutterstock

Todo mundo já brincou de fazer compras e teve de lidar com dinheiro. Seja nas aulas de Matemática, quando na escola aprendemos a usar notas e moedas que recortamos do livro, seja nas brincadeiras de mercadinho ou banco imobiliário com os amigos.

Mesmo com o dinheiro de verdade, sempre tem aquele “trocadinho” que os adultos deixam para as crianças, ou mesmo a mesada em algumas famílias.

De um modo ou de outro, desde muito cedo, nós entendemos para que serve o dinheiro: comprar coisas que precisamos ou desejamos.

Não parece complicado, mas você já parou para pensar como é que isso funciona? O que uma pessoa precisa fazer para ganhar dinheiro? E como ela gasta aquilo que ganha? Como é que se usa dinheiro digital, se ele nem passa pela nossa mão? E aquele cofrinho, que antes era usado para juntar moeda, não existe mais?

Aqui nesta matéria vamos responder a algumas dessas perguntas e te levar a fazer muitas outras. A ideia é que você entenda um pouco mais sobre dinheiro, como ele circula entre as pessoas e, principalmente, de que maneira você pode aprender a lidar com ele no futuro.

Glossário

Mesada: Valor em dinheiro recebido mensalmente ou semanalmente.

 

Os apelos ao consumo

“Pai, eu quero essa chuteira!”, “Mãe, compra pra mim aquela caixa de lápis de cor?”, “Vovó, quero sorvete!”, “Mãe, compra!”, “Compra, tia!”, “Compra, tio! “Compra, vovô!”, “Eu quero!”, “Compra!”, “Compra!”…

Pode parecer brincadeira, mas isso é algo comum para muitas famílias – e, às vezes, acontece com frequência em lojas, shoppings, supermercados ou qualquer lugar que tenha à venda algo que chame a atenção.

Em muitas situações, não é preciso nem sair na rua, pois os apelos ao consumo estão por toda parte: na televisão, na internet e até na porta de casa, quando um vendedor passa oferecendo alguma coisa.

Observe que, até na compra de um simples caderno, há a diferença de preços entre aquele que tem uma capa simples e
outro que traz estampado um personagem de desenho animado. Tudo para chamar a atenção do consumidor.

Todos somos estimulados a consumir, o tempo todo. É por isso que precisamos aprender que nem tudo que nos é oferecido pode ou deve ser comprado. E é aqui, bem nesse ponto, que começa a ser importante o seu controle sobre o seu dinheiro.

Glossário

Consumo: Ato de obter um bem por meio de compra, sendo necessária uma troca em dinheiro para isso acontecer.

 

A conversa sobre dinheiro começa em casa

Você é do time que ganha mesada, ou só pede dinheiro para sua família quando está querendo alguma coisa?

O sonho de toda criança e adolescente é ter uma boa mesada, mas isso nem sempre é possível. Uma pesquisa do banco digital PicPay, feita com exclusividade para o canal de notícias G1 no ano passado, mapeou o comportamento dos pais na
hora de dar dinheiro para os filhos.

A pesquisa ouviu 1.500 pais e mães de menores de idade de todas as regiões do Brasil:
• 70% disseram dar dinheiro apenas quando necessário;
• 13% só dão dinheiro se os filhos cumprem metas;
• E apenas 12,5% oferecem aos filhos uma renda fixa mensal, a mesada.

O levantamento também mostrou que, com ou sem mesada, os filhos estão começando a ter o hábito de poupar dinheiro: a maioria dos jovens e adolescentes possuem cofrinho online e menos que a metade têm cofrinho físico.

Além disso, também foi demonstrado que a vida financeira das crianças e dos adolescentes começa em duas etapas: primeiro, com dinheiro físico; depois, com acesso ao digital.

“A mesada tem uma função que vai além do valor monetário, uma vez que ela busca proporcionar à criança ou adolescente a oportunidade de gerenciar seu próprio dinheiro, fazer escolhas e aprender sobre finanças. A mesada incentiva hábitos de poupança e responsabilidade financeira desde cedo”, afirma Pedro Romero, diretor de serviços
financeiros do PicPay.

Digitalização

Em relação aos métodos de pagamento, a pesquisa mostra que existem pais que ainda preferem alternativas tradicionais para darem dinheiro aos filhos — e optam, principalmente, pelo uso de cédulas.

Mas, por outro lado, o levantamento também apontou que esse comportamento vem mudando: como quase metade das crianças e adolescentes são cadastradas em aplicativos de bancos e possuem cartão, muitos pais já usam transferências bancárias digitais, como o Pix, para dar dinheiro aos seus filhos.

Fontes: UOL, G1 e SPC Brasil.

 

DEIXA QUE EU FALO!


Alice Amendola Ricciardi, 11 anos

Normalmente gasto meu dinheiro da mesada com coisas para mim, como roupas e maquiagem. Outro dia, comprei um caderno para fazer um diário, mas o que eu mais gostei de comprar com meu dinheiro foi um gloss.

A mesada me ensina a cuidar do dinheiro, me dá lições de como economizar… Mas eu, também acho que não sou uma pessoa que consiga cuidar muito do próprio dinheiro, então muitas vezes peço ajuda para minha mãe.

O dinheiro em papel tem futuro?

Hoje, o uso de formas digitais de pagamento, como Pix e cartão de débito, são as alternativas mais usadas pelos jovens. A pergunta que fica é: será que o dinheiro em papel vai desaparecer?

A preferência pelo Pix ou pelos cartões de débito e crédito não se restringe aos jovens. Uma pesquisa feita pelo Banco Central do Brasil mostrou que 53,4% dos brasileiros acreditam que, em cinco anos, não usarão mais dinheiro em papel. Entre os adultos de 18 a 44 anos, 90% dizem usar o Pix como forma principal de pagamento.

“Nos próximos anos, acredito que a preferência será por meios cada vez mais digitais e automatizados. Mas é importante lembrar: a forma de pagar muda, porém os princípios financeiros – como esperar, comparar, planejar – continuam os mesmos. E esses precisam ser ensinados desde cedo”, diz Priscila Rossi, e especialista em Educação Financeira Infantil.

 

Eles criaram a própria moeda


O Sururote é uma moeda social utilizada na comunidade de Vergel do Lago, em Maceió
Pablo De Luca/ Fotoarena

Ubérrima, na cidade de Resplendor, em Minas Gerais; Sururote, em Maceió, Alagoas; e Beija, nos bairros de Vila Ida, Vila Beatriz e Jataí, em São Paulo (SP). Com o mesmo valor do real, essas moedas foram criadas para incentivar a economia local e fazer com que o dinheiro circule dentro da própria comunidade. São as chamadas moedas sociais.

Estudos apontam que locais que adotam moeda própria apresentam aumento no consumo e na criação de pequenos negócios, resultado da movimentação do comércio de bairro. Isso impacta diretamente a criação de empregos e o desenvolvimento da economia local.

Internacionalmente, experiências semelhantes mostram o potencial das moedas sociais para enfrentar crises e estimular a economia local. Eduardo Diniz, professor da Fundação Getulio Vargas, aponta que há cerca de 10 mil moedas sociais no planeta e funcionando de forma digitalizada.

Na cidade espanhola de Viladecans, por exemplo, a moeda Vilawatt é usada para incentivar melhorias relacionadas à energia elétrica renovável e, consequentemente, diminuir o gasto com luz.

Como essa moeda funciona

A beija é uma moeda criada por um coletivo de moradores de um bairro da zona oeste de São Paulo (SP). Como a intenção é fazer com que ela circule pelo bairro, fortalecendo o comércio legal, há algumas regras e alguns incentivos para o seu uso:
✓ A nota de beija vale R$ 10 se estiver em circulação. Se alguém quiser trocá-la por dinheiro, ela passa a valer R$ 5. Essa redução do valor é para incentivar o uso da moeda social, de modo que ela não pare de circular.

✓ No verso, a beija traz marcações dos locais por onde ela já passou. Quando uma nota está com 8 ou 10 anotações, por exemplo, significa que já circulou bastante.

✓ Além disso, o pagamento com essa moeda também pode gerar descontos em lojas parceiras. Em alguns comércios da região, é possível, por exemplo, pagar até 50% do total de uma compra com beijas.

✓ Por conta dos incentivos, muitas pessoas passam a frequentar muito mais o comércio local, o que acaba por fortalecer a economia da região.

Economia Local

É o que acontece na sua cidade ou no seu bairro quando, por exemplo, você compra na padaria da esquina. O dinheiro usado fica no bairro, ajuda o dono da padaria, seus funcionários, e estes também gastam no mercado local, na farmácia ou em uma loja da vizinhança. Isso gera empregos e melhora a vida de quem vive ali.

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