Segundo levantamento da OMS, os grupos mais afetados por esse sentimento são os jovens e os idosos – em média, uma em cada três pessoas vivencia a solidão.
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No começo deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a solidão como uma epidemia global ao lançar a Comissão Internacional para Conexão, uma iniciativa que chama a atenção para os sérios impactos do isolamento na saúde física, mental e emocional.
Ainda que, para algumas pessoas, a solidão seja um sentimento pontual e passageiro, para outras ela tem se tornado parte da rotina. Com isso, crescem as pesquisas em busca de estratégias para combater esse mal – e uma das soluções encontradas está na convivência com os pets!
Estudos recentes mostram que os animais de estimação têm um papel essencial na diminuição do isolamento social e no fortalecimento das relações humanas. Além disso, o convívio com eles traz diversos benefícios à saúde física e mental: reduz o estresse, melhora o humor, incentiva a socialização e pode até aumentar o apetite e a disposição. Diante de tudo isso, o interesse por diferentes formas de interação terapêutica com os animais tem aumentado cada dia mais.
A construção de vínculos afetivos reais, que envolvem esses queridos companheiros, surge como uma alternativa capaz de resgatar o senso de pertencimento e melhorar a qualidade de vida.
E, se por um lado os animais cuidam dos humanos, também é fundamental que recebam os cuidados necessários: alimentação adequada, atenção veterinária, descanso e, acima de tudo, respeito aos seus limites físicos e emocionais.
Fontes: O Tempo, Terra e Estado de Minas.
Interações terapêuticas
A interação terapêutica com animais envolve diferentes formas de estabelecer vínculos entre humanos e animais, com o objetivo de promover bem-estar físico e emocional. No entanto, antes de ter um pet, é fundamental entender os tipos de terapia existentes. Essa interação pode ocorrer de três maneiras principais:
Animais de suporte emocional (ASE) não precisam de treinamento específico e sua principal função é oferecer conforto afetivo aos tutores, auxiliando em quadros de ansiedade, depressão ou estresse.
Animais de terapia são treinados para atuar em contextos como hospitais, escolas e lares de idosos. Eles não vivem com os pacientes, mas são conduzidos por profissionais especializados para auxiliar no tratamento e na melhora do bem-estar dos atendidos.
Animais de serviço, como cães-guia ou cães de assistência para pessoas com deficiência, passam por treinamentos rigorosos para realizar tarefas específicas que garantem autonomia e segurança a seus tutores. Esses têm direito garantido por lei de acesso a qualquer espaço público ou meio de transporte.
Depoimento
O cão de serviço Teddy
Olá! Sou o Renato, pai da Alice, uma criança autista. A nossa filha fazia muitas terapias e tomava remédios para ajudar no dia a dia, mas percebemos que, quando ela passava por momentos difíceis, quem estava com ela éramos só eu e a mãe dela. Nem sempre a gente conseguia ajudá-la a tempo, então começamos a procurar outras formas de apoio – e foi assim que conhecemos os cães de serviço.
Esses cães são treinados para ajudar pessoas com necessidades específicas, como a Alice. Com a ajuda de um treinador muito experiente, encontramos o Teddy, um labrador carinhoso e inteligente, que passou mais de um ano aprendendo como cuidar da nossa filha.
Depois, nós também tivemos de aprender como lidar com ele — porque, mesmo sendo fofo, ele está trabalhando quando está com a Alice, então não pode ser distraído com carinhos ou petiscos de outras pessoas.
Desde que o Teddy chegou, a Alice melhorou muito. Ela precisou de menos remédios e passou a se concentrar melhor nas terapias.
Quando ela está estressada, o Teddy tenta acalmá-la. E se ele percebe que precisa de ajuda, vem até nós. Hoje, eles são companheiros inseparáveis — ele dorme ao lado dela, a acompanha nas brincadeiras e está sempre por perto, cuidando dela com muito carinho e atenção
Alice Moreira de Sá, 12 anos, Niterói (RJ), com seu cão de serviço Teddy
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