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Muito tem se discutido sobre o uso ou a proibição dos celulares nas escolas, e o assunto divide opiniões. Presentes no evento de tecnologia REC’n’Play, realizado em novembro no Recife (PE), os especialistas Claudia Costim, professora e ex-diretora de educação do Banco Mundial, Luciano Meira, professor e especialista em gameficação, e Rossandro Klinjey, psicólogo palestrante sobre educação emocional, opinaram sobre o tema.
Claudia Costim explicou que, como o cérebro das crianças e dos adolescentes ainda está em desenvolvimento, eles podem ter dificuldade em se controlar usando o celular durante as aulas. Para ela, é muito mais importante que os alunos brinquem, conversem e aprendam a viver em sociedade.
Luciano Meira, por sua vez, comentou que a proibição pode não ser a melhor opção. Para ele, é importante que as escolas ensinem a usar a tecnologia de forma positiva e criativa. Luciano também lembrou que muitos alunos não têm acesso a essas tecnologias em casa, então, quando usadas da maneira certa, elas podem ser grandes aliadas no aprendizado.
Já o psicólogo Rossandro Klinjey, ao citar que o celular na sala de aula pode ser uma distração, disse acreditar que o problema não é o celular em si, mas como ele é usado.
Para os especialistas, a tecnologia, como a inteligência artificial, pode ser muito útil no aprendizado. Mas para isso os professores precisam ser bem treinados para usá-la de forma segura e eficaz.
Menos é mais
Você já percebeu que muitos jovens da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) não postam quase nenhuma foto nas redes sociais? Esse comportamento, chamado de “feed zero”, está se tornando supercomum. Isso é bem diferente da geração anterior, os millennials (nascidos entre 1982 e 1994), que cresceram postando um monte de coisas na internet.
Mas por que isso acontece? Muitas pessoas da Geração Z preferem não compartilhar tanto da sua vida para proteger sua privacidade. Elas sentem que fica difícil fazer algo novo sem medo do que os outros vão pensar. Além disso, a pressão para tirar fotos perfeitas e editar tudo de um jeito que pareça legal pode ser cansativa.
Outro ponto importante é a autoestima. Uma pesquisa de 2023 mostrou que muitos jovens entre 10 e 24 anos já se sentiram mal consigo mesmos, achando que estavam “feios” ou “pouco inteligentes”. Com tantas comparações nas redes sociais, não são poucos os que preferem evitar a exposição.
Um estudo da Universidade de Amsterdã mostrou como as redes podem influenciar os sentimentos de jovens entre 13 e 24 anos. A pesquisa, publicada na revista científica Science Advances, usou dados de uso do Instagram e experimentos controlados para verificar como os jovens se comportam diante das interações on-line e revelou que eles são mais afetados por curtidas e comentários do que os adultos, o que impacta em seu humor e sua saúde mental.
Quando recebem muitas curtidas, eles podem se sentir felizes, mas, se não recebem, podem se sentir rejeitados. Além disso, ao ficar obcecados por curtidas, não é incomum que fiquem ansiosos.
Para os pesquisadores, uma forma de minimizar os efeitos da busca excessiva por aprovação é educar os jovens sobre o uso responsável das mídias sociais, além de fazer com que as plataformas ocultem o número de curtidas e desenvolvam recursos que tornem as interações entre seus usuários mais saudáveis.
Fontes: Estadão, Folha de Pernambuco e Agência Brasil
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