Como o aquecimento global está aumentando as temperaturas do planeta, doenças como a dengue, antes comuns apenas em regiões quentes, estão aparecendo em países mais frios.
Aqui no Brasil, já conhecemos o Aedes aegypti. Mas é outro mosquito, chamado Aedes albopictus, que está causando dengue em países como França, Itália e Espanha.
No ano passado, esses países tiveram 128 casos de dengue. Dez anos atrás, foram só quatro casos, todos na França. Esses números são pequenos comparados aos do Brasil, que só neste ano já teve mais de 243 mil casos em um mês. Mesmo assim, a situação é preocupante.
No Brasil, em 2023, a maior incidência ocorreu na região Sul, que historicamente tinha menos casos por causa das temperaturas mais baixas.
O virologista brasileiro William M. de Souza, professor da Universidade do Kentucky, nos Estados Unidos, explica que, além do aquecimento global, o crescimento desorganizado das cidades ajuda o mosquito a se multiplicar.
Muitas vezes as cidades crescem sem planejamento, algumas até sem saneamento básico ou coleta de lixo. Isso cria mais lugares com água parada, onde os mosquitos podem botar seus ovos e se reproduzir. Além disso, com mais pessoas concentradas em um mesmo espaço, aumentam as chances de serem picadas e de a doença se espalhar.
Mais calor, mais mosquitos
Já sabemos que o calor faz os mosquitos crescerem mais depressa. Quando está 25°C, um ovo vira mosquito adulto em duas semanas. Se a temperatura sobe para 28°C, esse tempo diminui, e o ovo se transforma em mosquito mais rápido. Com isso, há mais mosquitos, mais picadas e mais chances de a doença se espalhar.
Ondas de calor, alterações nos períodos de chuvas e a falta de saneamento básico só são boa notícia para o mosquito transmissor da dengue.
Fontes: G1, UF University of Florida, portal Bahia Econômica, Ministério da Saúde, Fiocruz.
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