Vista de drone da construção do Parque Linear da Doca. Belém (PA), em junho de 2025
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
O Brasil vai sediar a COP30, que é a 30a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, na cidade de Belém, no Pará. Esse evento é muito importante porque reúne países do mundo todo para discutir como proteger o meio ambiente e combater o aquecimento global.
No entanto, o Brasil está enfrentando vários problemas antes mesmo de a conferência começar, em relação tanto às leis ambientais quanto à organização da própria reunião.
Um dos maiores problemas é que, pouco antes da COP30, o Congresso Nacional aprovou uma nova lei que enfraquece as regras de proteção ao meio ambiente no Brasil. Essa lei permite que muitas obras e construções sejam feitas com menos fiscalização e que as próprias empresas façam seu “licenciamento ambiental”, sem a necessidade de passar por processos rigorosos de análise.
Ambientalistas, cientistas e organizações que defendem a natureza criticam muito essa mudança e afirmam que ela pode aumentar o desmatamento na Amazônia e prejudicar comunidades indígenas que vivem na floresta. Eles dizem que essa alteração nas regras ambientais é um dos maiores retrocessos dos últimos anos, justamente quando o Brasil deveria estar mostrando sua responsabilidade para cuidar do planeta.
Além disso, a cidade de Belém enfrenta outro desafio: a falta de hotéis e acomodações para receber as cerca de 50 mil pessoas esperadas para o evento, incluindo representantes de governos, ONGs, cientistas e jornalistas de vários países. Os hotéis que existem estão com os preços muito altos, chegando a custar até 2 mil dólares por noite. Para resolver isso, o governo brasileiro contratou dois navios de cruzeiro para servir como hotéis flutuantes. Eles vão ficar atracados no porto de Belém e terão cerca de 3.900 cabines, oferecendo mais de 6 mil camas para os visitantes.
O governo também depositou uma garantia de 259 milhões de reais para garantir o aluguel desses navios. Essa solução ajuda a aliviar o problema da falta de hospedagem, mas mostra quanto o Brasil ainda tem de se preparar para receber um evento tão grande.
Outro ponto importante é que, apesar de dizer que quer liderar a luta contra o aquecimento global, o país ainda enfrenta críticas por abrir áreas para exploração de petróleo na Amazônia e por flexibilizar suas leis ambientais. Isso gera desconfiança de outros países sobre o compromisso brasileiro com o meio ambiente.
Nas negociações internacionais para a COP30, poucos países atualizaram suas metas para reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa, chamados de “NDCs”. Isso dificulta ainda mais os acordos que podem ser feitos na conferência.
Por isso, é muito importante que o Brasil aproveite a oportunidade de sediar a COP30 para mostrar que está disposto a cuidar da Amazônia, proteger os povos indígenas e ajudar a combater as mudanças climáticas. Isso inclui fortalecer as leis ambientais, garantir que o evento seja bem-organizado para todos os participantes e agir de forma coerente, ou seja, não enfraquecer a proteção ambiental enquanto diz querer liderar a luta contra o aquecimento global.
Fontes: O Globo e Correio Braziliense.
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