A corrente, geralmente utilizada em embarcações de grande porte, arrasta toda a vegetação
Reprodução/Instituto Butantan Mayke Toscano/Gcom-MT/Ibama
Você sabia que existe uma prática de desmatamento tão agressiva que pode destruir o equivalente a até dez campos de futebol por dia? Ela se chama “correntão” e está devastando o Cerrado, um bioma que abriga milhares de espécies de plantas e animais, além de oito das 12 principais bacias hidrográficas do Brasil.
Organizações como a Rede Cerrado, o Observatório do Clima e o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS) criaram, no início de maio, um abaixo-assinado pedindo que o Congresso aprove o Projeto de Lei 5.268/2020, que proíbe o uso do correntão em todo o país.
A técnica é usada por fazendeiros para limpar a terra rapidamente. Funciona assim: dois tratores puxam uma corrente de metal gigante, que arrasta tudo pela frente – árvores, arbustos e até animais que vivem naquele lugar.
Essa corrente costuma ser feita com pedaços de âncoras de navios e é tão forte que nada sobrevive a ela. Muitos animais selvagens, até mesmo aqueles que estão em extinção, morrem esmagados, sem chance de escapar.
Com a prática do correntão, a biodiversidade desaparece, o solo e os rios ficam poluídos e secos, e o calor aumenta. Com isso, povos indígenas e comunidades tradicionais passam a não ter mais recursos para viver.
Apesar de existir o Código Florestal, o correntão ainda não é proibido em todo o país. Em Mato Grosso, por exemplo, uma lei de 2016 permitiu que a prática continuasse. Por esse motivo, as organizações se uniram para pedir seu fim.
De acordo com o coordenador da Rede Cerrado, Hiparidi Top’tiro, “é urgente que o Congresso nacional e as autoridades competentes atuem para banir definitivamente essa ferramenta de destruição”.
Glossário
Código Florestal: Lei brasileira que regula o uso da vegetação nativa, buscando equilibrar a produção agropecuária com a preservação do meio ambiente.
Fontes: Portal EBC e Observatório do Clima
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